quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Comunicações


Matéria originalmente publicada do suplemento Rio Show do Jornal O Globo em 21 de Novembro de 2003 na coluna Rio Fanzine

Por Tom Leão.

Homem/máquina. Este conceito, desenvolvido pelo grupo eletrônico alemão Kraftwerk, ainda nos anos 70, a cada dia que passa torna-se mais real. Com o advento da tecnologia digital e dos cyberrimplantes no corpo humano (o chip telefônico implantado no dente já está a caminho!), toos nós seremos um pouco ciborgues no futuro. Dois artistas assumem esse lado homem/maquina atualmente: de um lado, o performático de Nova York My Friend Robot (ele se apresenta amanhã no clube Dama de Ferro), que dança ao som de música robótica própria e interage com a platéia; do outro, o homem-robô em si, Karl Bartos, um dos fundadores do Karftwerk (que fazia a maioria das vozes robóticas da banda e é co-autor dos classicos “Man/machine e “The Robots” ), há dez anos fora do grupo e já com três discos solos lançados, sendo que o mais novo, “communication” (Sony Music ), está saiindp aqui na próxima semana. É o levante das máquinas! 

 Karl Bartos: sabe o disco que o Kraftwerk está devendo aos fãs há anos? Karl Bartos o gravou. É “Communication” (Sony Music). Nele, Bartos faz uma ponte direta com “Electric cafe”, o ultimo álbum de estúdio do Kraftwerk, banda da qual era sócio-fundador. O disco é uma versão das eletronices kraftwerkianas, sem soar datado ou excessivo. 

Através de suas 10 faixas e 45 minutos, o disco traça um painel do homem moderno e de sua relação com a tecnologia e as telecomunicações. Bartos canta em quase todas as faixas com aquela voz robótica que é marca registrada do Kraftwerk. Os temas passam por câmeras fotográficas, e-mail, real versus virtual, o ciberespaço e a correria da vida moderna, que nos transformou a todos, de certa forma, em macacos eletrônicos, em home electricus, uma nova espécie. Os cientistas dizem até que, por conta disso, nas próximas gerações, nós teremos um dedo a mais nas mãos. Digital mesmo. 


Após se formar no conservatório de Düsseldorf, onde conheceu seus amigos robôs do Kraftwerk, ele fez parte do grupo de 1975 até 1991, quando saiu para fundar o seu projeto solo, o Electric Music, que lançou dois álbuns. Ele também fez remixes para Afrika Bam baataa, particiopou do disco da dupla Electronic (Bernad Summer e Johnny Marr) e fez algumas performaces ao vivo, até chegar ao seu primeiro disco solo de fato, “Communication”. Uma das faixas do disco, “I’m the message”, já pousou nas pistas de dança daqui que tocam electro, com bons remixes de Orbital e de Felix da Housecat. 





Communication Mini-site

Nenhum comentário: