terça-feira, 31 de maio de 2011

sábado, 21 de maio de 2011

Computer World 30 Anos.

Lançado em maio de 1981, o disco Computer World é considerado por muitos fãs e alguns críticos como um dos melhores álbuns da banda. Computer world é o disco mais visionário que o grupo alemão já fez. O próprio título do álbum já confirmava o que seria realidade e muito comum nas décadas seguintes. Em todo o disco é retratado a relação do homem com um novo tipo de máquina, aqui nesse caso, os computadores.

Os computadores até aquele momento (fim da década de 1970 e início da década de 1980) eram visto como um objeto estranho em sem muita utilidade. Eram máquinas de uso restrito e usado apenas por quem trabalhava com um volume muito grande informação (cálculos), e muitos não enxergavam os computadores como uma ferramenta de entretenimento ou para alguma outra função. Mesmo com todo o crescimento envolta do universo da informática nessa década, os computadores ainda se encontravam muito distante do que se seriam nos anos seguintes.

Computer World traz o Kraftwerk imerso no universo eletrônico, e apresentando o grupo em um novo patamar que seria o seu alicerce nas décadas seguintes. Computer World apresenta o lado bom e ruim do mundo dos computadores, essa dualidade fica evidente na primeira faixa chamada “Computer World” resumindo os dois lados que os computadores podem prover.

O restante do disco são variações desse universo da informática aplicado a outras situações do cotidiano, como em “Pocket Calculator” que apresenta o lado divertido que a tecnologia pode proporcionar apenas apertando alguns botões para criar músicas.

Em “Numbers”, temos uma faixa minimalista baseada na contagem de números que vão de um a oito em diferentes línguas, como Russo, Inglês, Alemão, Japonês e Italiano. “Numbers” é uma faixa, que de certa forma complementa
“Pocket Calculator”
em seu universo baseado em números.

“Computer World II”
é uma reprise da primeira faixa que utiliza elementos de percussão e falas de “Numbres” porém com novas camadas de synths e outros timbres nos beats. A faixa termina com uma contagem infinita de números em diferentes línguas.

“Computer Love”
é faixa que retorna a relação entre o homem e máquina, porém aqui o tema focado é a solidão. A solidão que as máquinas (computadores) podem proporcionar ao homem. Apesar do tema triste, “Computer Love”, é a faixa que possui clima alegre. Considerada pelos fãs do grupo como um Blues robótico.

“Home Computer”
Mostra o caminho sem volta de qualquer pessoa quando se insere no universo da informática. “Home Computer”, retrata a mudança no uso dos computadores do ambiente corporativo/científico para o ambiente doméstico. Como a própria música afirma: “Eu programo o meu computador (pessoal)”, e me projetei no futuro “.

Computer World termina com It´s more fun to computer” uma faixa que traz uma ironia com todo o tema abordado pelo grupo no Álbum, dando a entender que as máquinas podem se divertir com os seus usuários.

O legado deixado por esse disco na cena musical da década de 1980 foi um dos mais importantes. Computer world foi o disco que mostrou o caminho para várias novas bandas de emusic que estavam começando no início dessa década, como Depeche Mode, Human League, New Order, além de o disco ter uma influência muito forte na cena Techno Americana, principalmente na cidade de Detroit. Computer world ajudou a moldar o que seria o som Techno na década de 1980.

O disco também serviu como base (samples) para outros DJs, produtores de Dance Music e grupos de Hip-hop criarem as suas músicas a partir de pedaços de músicas do kraftwerk, as faixas Numbers, Home Computer e Its More Fun to compute, foram até então as mais sampleadas durante a década de 1980 por infinitos DJs e grupos de Hip-hop.

O rapper, produtor musical e agitador cultural Afrika Bambaataa, junto com o produtor Arthur Baker, usaram pedaços de algumas musicas do Kraftwerk para cria Planet rock, que foi o single que ajudou a tirar o Hip-hop do guetto além popularizar o Electro que até então estava começando.

Computer World não é um trabalho sobre uma visão pessimista do uso dos computadores na vida cotidiana, Computer World é uma confirmação do que seria realidade nas décadas seguintes.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Por aí...



Florian Schneider e Uwe Schmidt (aka Atom™, Atom Heart, Lassigue Bendthaus, Senor Coconut)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Europa e seus Trens



É hora de conferir os projetos de veículos da Alemanha antes da guerra. Você já viu o avião foguete nazista construído para mandar Nova Iorque pelos ares. O trem de alumínio movido à hélice Schienenzeppelin é bem menos intimidador, mas tão magnífico quanto. E diferente do Amerika Bomber, ele realmente andou – a 225 km/h em 1931!

O que torna o Schienenzeppelin (Zeppelin sobre trilhos) ainda melhor é que seu conceito e execução foram anteriores ao nazismo. Assim como a física quântica, a arquitetura de Bauhaus e Marlene Dietrich, foi um produto da República de Weimar, e a contribuição dos nazistas se resumiu à sua desmontagem para usar seu alumínio nos caças Messerschmitts.

Projetado e construído em 1930 pela empresa férrea alemã Deutsche Reichsbahn, o Schienenzeppelin apresentava uma alternativa em design às locomotivas da época. Tinha uma construção esguia e leve com 20 toneladas, sobre apenas dois eixos, e era movido por um V12 BMW de 46 litros que mais tarde foi usado nos bombardeiros da Luftwaffe. Os 600 cavalos do motor eram direcionados a uma gigantesca hélice, inclinada a um ângulo de sete graus para produzir downforce. Era algo que ainda surpreenderia e agradaria mesmo nos dias de hoje, quando o alumínio não é usado em trens Bauhaus, mas em V8s de giro alto e computadores do futuro.





Originalmente projetado para atingir 193 km/h – comparável à mais rápida locomotiva a vapor da época – o Schienenzeppelin alcançou incríveis 225 km/h no verão de 1931, um recorde de velocidade que durou 23 anos e que nunca foi batido por uma locomotiva movida a gasolina. Infelizmente o trem nunca chegou a ser produzido em série. Problemas com a segurança da hélice e sua confiabilidade evitaram com que chegasse a ser utilizado. O protótipo da quebra de recorde foi desmontado em 1939, no começo da Segunda Guerra Mundial.

Mas nos faz pensar em uma rede férrea alternativa, uma na qual evoluções do Schienenzeppelin cortam o país zunindo, com seu rata-ta-ta de aviões de combate, balas prateadas aspirando recordes de velocidade.


Fonte


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Karlheinz Stockhausen Entrevista 2001



A vanguarda sou eu

Um dos pais da música moderna, o maestro e compositor alemão ataca regentes famosos e diz que o gênero eletrônico ainda pode causar uma revolução

Sérgio Martins

Goste-se ou não das obras de Karlheinz Stockhausen, não há como negar a importância do maestro alemão para a música contemporânea. Nascido em 22 de agosto de 1928, no vilarejo de Mödrath, perto da cidade de Colônia, ele é considerado o maior compositor de seu país no período pós-guerra. Suas ousadias incluem a criação de concertos que incorporam barulhos da natureza e até um quarteto para helicópteros. Acima de tudo, Stockhausen é considerado o pai da música eletrônica. Por isso se tornou influente também no universo pop. Dos Beatles ao Grateful Dead, banda preferida dos hippies californianos, muitos foram os roqueiros seduzidos por seu vanguardismo. A nova geração tecno continua a venerá-lo. Stockhausen é a principal atração do Carlton Arts, festival que acontece de 25 de junho a 1º de julho em São Paulo. Ele fará duas apresentações na cidade, nas quais mostrará as obras Oktophonie, Kontakte e Hymnen. Nesta entrevista, feita por telefone de sua casa em Kürten, na Alemanha, Stockhausen não poupa críticas aos maestros da música tradicional e diz que não gosta de manter contato com o mundo exterior. "Atrapalha o meu trabalho."

Veja – O senhor é considerado um dos pais da música eletrônica...

Stockhausen – Na Europa dizem mais: que sou o papa desse gênero musical. Esses títulos me deixam orgulhoso.

Veja – Quando o senhor decidiu que seria um compositor diferente?

Stockhausen – Desde cedo quis me diferenciar dos outros autores alemães. Eu tinha aulas de música em um conservatório de Colônia e estava estudando a sonata para dois pianos e percussão do húngaro Béla Bartók. Foi quando ouvi no rádio uma obra de Stravinsky. Fiquei impressionado: aquilo era muito melhor do que música tradicional. Passei, então, a procurar outros estilos que fugiam da mesmice. Como as composições atonais do austríaco Anton Webern ou o lado mais experimental do jazz, como o bebop e o boogie-woogie. Até hoje procuro seguir essa filosofia.

Veja – O senhor era uma criança quando a II Guerra Mundial começou. Quais lembranças tem desse período?

Stockhausen – Eu era novo demais para lutar, mas perdi meu pai, vários primos e amigos queridos no campo de batalha. Trabalhei em um hospital na minha cidade natal, Colônia, e pude ver os milhares de feridos e a destruição de algumas jóias da arquitetura medieval alemã.

Veja – Como se sente a respeito do fato de maestros famosos, como Herbert von Karajan e Wilhelm Furtwängler, terem aderido ao nazismo?

Stockhausen – É melhor deixar os mortos repousar em paz.

Veja – Qual a opinião do senhor em relação ao crescimento do movimento neonazista na Alemanha?

Stockhausen – Eu não sei exatamente o que está ocorrendo, porque não leio jornais, não vejo televisão e muito menos compro revistas. Estou tão concentrado em minha obra que não tenho tempo a perder com o que acontece no mundo. A minha única fonte de informação é uma publicação sobre astronomia que um amigo me envia dos Estados Unidos.

Veja – O senhor acredita que existe vida em outros planetas?

Stockhausen – Em outras galáxias, sim. Na minha imaginação, já viajei para diversos planetas. Dessa maneira, consigo compor minhas melhores obras. Como o meu quarteto para helicópteros, uma das peças que me deixam mais orgulhoso.

Veja – Pelo menos o senhor ficou sabendo da polêmica com o maestro argentino Daniel Barenboim? Ele despertou a ira dos judeus ao propor a apresentação de uma ópera de Wagner em Jerusalém.

Stockhausen – Acho que os judeus deveriam separar a música de Wagner de seu passado anti-semita. E ninguém melhor do que Barenboim, que é judeu, para explicar isso e mostrar que Wagner é bom – ainda que ele nunca tenha me agradado. A única coisa que aturo de Wagner é a abertura de Tristão e Isolda.

Veja – O que o senhor pensa da obra de compositores clássicos como Bach, Beethoven, Brahms e Mahler?

Stockhausen – Bach provou que realmente é possível louvar a Deus por meio da música. Beethoven me ensinou a controlar um amplo leque de formas de expressão. Com Brahms, aprendi a ir sempre em busca das fontes originais. Mahler, finalmente, me fez ver que as emoções musicais mais intensas são capazes de nos aproximar de Adão, o primeiro homem.

Veja – O senhor foi companheiro de classe do maestro francês Pierre Boulez, outro talento da música moderna. Boulez é conhecido por espinafrar maestros e escolas musicais. O senhor compartilha dessas opiniões fortes?

Stockhausen – Eu conheci Pierre Boulez quando tinha 23 anos e fui estudar em Paris. Fomos alunos do compositor Olivier Messiaen. Somos muito amigos, mas eu não sei o que se passa na cabeça dele. Boulez gosta de espinafrar outros maestros, mas está regendo de maneira cada vez mais porca. Em 1997, eu o vi reger um concerto de Schumann em Osaka e foi terrível. Ele também estragou a oitava sinfonia de Bruckner. Boulez gosta de reger autores franceses sem expressão apenas para parecer moderno – mas esses concertos não acrescentam nada à sua carreira.

Veja – O que acha do italiano Claudio Abbado, regente da Filarmônica de Berlim?

Stockhausen – Ele é horroroso, fez coisas terríveis com as minhas criações. Claudio Abbado regeu um concerto meu na Alemanha e simplesmente estragou minha obra. Fiquei tão furioso que mandei uma carta para ele. Abbado nunca me respondeu. Depois, vim a saber que não havia ensaiado o suficiente. Dos catorze dias de ensaios previstos, compareceu apenas a dois.

Veja – É interessante, porque Claudio Abbado costuma gabar-se das muitas horas de ensaio gastas com a Filarmônica de Berlim.

Stockhausen – Sinceramente, ele não entende a minha obra. Claudio Abbado já havia destruído uma criação minha quando regia a orquestra do Alla Scalla de Milão. O problema desses maestros é que eles não conseguem entender a precisão das minhas obras. Elas têm de ser ensaiadas exaustivamente durante dez, doze dias até ficar perfeitas. Mas os regentes não têm tempo para isso. Eles sabem que podem ganhar até dez vezes mais tocando obras de Beethoven e Bach. Um dos poucos maestros que entendem a minha obra é o americano David Robertson.

Veja – O senhor consegue executar as obras que escreve para o piano?

Stockhausen – Você pode até não acreditar, mas sou um excelente pianista... Um excelente pianista! Só que hoje não faço mais solos. Apenas treino virtuoses.

Veja – Quem é o melhor intérprete de suas obras? Um homem ou um robô?

Stockhausen – Uma mulher. Qualquer uma.

Veja – Não cheira a enganação apresentar um concerto de música em que o senhor apenas aperta alguns botões?

Stockhausen – Minha obra é bem mais do que apertar botões. Ela exige ambientação. Os meus concertos costumam ser acompanhados de imagens projetadas num telão, e a sala de concerto precisa ter uma acústica impecável, com alto-falantes de boa qualidade. Vistoriar tudo isso dá muito trabalho.

Veja – Como o senhor lida com eventuais salas de concerto vazias e gente que não gosta de seu estilo musical?

Stockhausen – Sinceramente, não tenho esse tipo de problema. As salas em que toco estão sempre cheias e meus discos ainda vendem bem no mercado erudito.

Veja – Qual foi a pior reação dos admiradores da música tradicional a uma criação sua?

Stockhausen – Em 1957, uma rádio de Colônia transmitiu trechos da minha obra. A reação foi tremenda. Diversos críticos de música clássica diziam que eu estava destroçando uma arte divina. Um deles, chamado Blummer, sugeriu às estações de rádio que proibissem a execução das minhas obras. De repente parecia que estávamos de volta aos tempos do III Reich. Mas eu já tinha me acostumado a isso. Na minha estréia como compositor, em 1953, o mundo se dividiu entre os pró e contra Stockhausen.

Veja – Diversos músicos gostam de dedicar suas obras ao senhor. Já deparou com algumas dessas homenagens e teve vontade de gritar: "Mas não é nada disso!"?

Stockhausen – Qualquer músico que respeita a minha obra é digno da minha gratidão. Mesmo que o disco não esteja à altura do meu trabalho.

Veja – Hoje, parecem existir muito mais discípulos do senhor na música pop do que na música clássica.

Stockhausen – Sem dúvida, eles gostam da minha criatividade. Karl Bartos, líder do grupo alemão de música eletrônica Kraftwerk, chegou a parar uma apresentação da banda para fazer elogios rasgados à minha obra. Nos anos 60, quando dei aulas de música na Califórnia, havia integrantes das bandas psicodélicas Jefferson Airplane e Grateful Dead entre meus alunos.

Veja – O senhor chegou a ser convidado a participar de Sgt. Pepper's, o histórico álbum dos Beatles lançado em 1967. Por que essa parceria não se concretizou?

Stockhausen – Os Beatles sempre foram fãs do meu trabalho. Assim como eu, eles sempre tiveram muita criatividade. Fui procurado pelo empresário deles na época, Brian Epstein. Ele queria que eu bolasse arranjos para o grupo e fizesse um concerto ao lado deles. Mas Brian morreu e depois não consegui me entender com os novos empresários da banda. Por isso, minha participação em Sgt. Pepper's se resumiu a uma aparição na foto da capa.

Veja – O rock e o pop normalmente são associados ao uso de drogas. O senhor já as experimentou?

Stockhausen – Nunca usei drogas em minha vida. Nem sei que gosto elas têm. Ouvi dizer que Jefferson Airplane e Grateful Dead eram movidos a drogas, mas nunca vi nada. Você tem de entender que esses grupos surgiram nos anos 60, uma época em que todo mundo experimentava LSD. Eu também soube que meu filho mais novo usou drogas quando estava na faculdade, mas agora ele está levando uma vida normal.

Veja – Qual o futuro da música eletrônica?

Stockhausen – Há quase cinqüenta anos tenho dito e escrito que a música eletrônica será o gênero mais importante da evolução musical. E isso não apenas por questões técnicas ou pela maneira pouco ortodoxa com que lidamos com o tempo de execução das obras. Ao revolucionar nossa maneira de ouvir, a música eletrônica pode revolucionar nossa maneira de viver.

Veja – Normalmente, os artistas de música eletrônica costumam usar a técnica do sampler: pegam trechos de obras alheias e não pagam direitos autorais. O senhor já foi sampleado?

Stockhausen – Eu não me importo de ser sampleado e muito menos corro atrás de direitos autorais. Até hoje apenas um músico alemão desconhecido admitiu ter roubado minhas criações. Ele usou trechos de três obras minhas para fazer outra música. O sampler sempre existiu na história da música, apenas tinha nome diferente. Chamavam de "copiar estilos". Johann Sebastian Bach, por exemplo, foi o primeiro grande sampleador da história. Bach criou algumas de suas obras a partir de trechos que roubou de outros autores barrocos.

Veja – Um de seus discípulos, Holger Czukay, disse que a melhor maneira para um músico não prostituir sua arte é casar com uma mulher rica. O senhor compartilha da mesma opinião?

Stockhausen – Não, eu sempre tive condições de ganhar meu próprio dinheiro. Desde criança, até os dias de hoje, minha música garantiu tudo o que tenho.

Veja – O senhor tem seis filhos. Procurou incutir neles o seu gosto musical?

Stockhausen – Meus seis filhos têm interesses musicais muito diferentes dos meus. Três deles são excelentes músicos profissionais. Eles tocam composições mais suaves, e acho que o fazem de maneira excelente. O quarto é flautista e professor de música e os outros dois preferiram não seguir a mesma carreira do pai.

Veja – Dizem que a música de Mozart e de outros compositores clássicos ajuda a desenvolver a inteligência dos bebês. O seu trabalho tem também um alcance educativo?

Stockhausen – Acho que sim. Muitas crianças foram criadas ao som de uma das minhas obras mais importantes, Zodiac.

Veja – A palavra "vanguarda" ainda faz sentido para o senhor?

Stockhausen – Pense de outro jeito. Enquanto eu estiver vivo, a palavra "vanguarda" ainda fará sentido para o mundo.


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