Que “Autobahn” foi o ponto de partida, “The Man-Machine” criou a identidade e “Computer World” foi o mais profético, isso tudo todo mundo concorda. Mas a maior explosão de genialidade e pioneirismo do Kraftwerk está no álbum “Trans-Europe Express” (1977).
O disco traz composições menos experimentais e mais minimalistas, seqüências melódicas e percussões eletrônicas inovadoras, que solidificaram o grupo como influência direta de tudo o que veio depois.
A escolha do tema já é por si só surpreendente e instigante: retratar o estilo de vida europeu pela ótica alemã, usando como lente uma viagem pela antiquada rede ferroviária T.E.E., que ligava vários países do continente, e já estava praticamente extinta na época do lançamento do disco.
Não foi a primeira e nem seria a última vez que Ralf Hütter usaria o artifício de ir ao passado para apresentar o futuro. Talvez essa controvérsia retrofuturista seja o principal fator pelo qual o grupo se tornou atemporal e passou longe do estereótipo do “futurismo caipira” da época.
A viagem musical pelas ferrovias começa com a alegre e entusiasmada “Europe Endless”, que abre o disco com uma seqüência rítmica hipnótica, e letra que nos leva a um tour pelas grandes paisagens européias. A história do velho continente que podemos acompanhar de dentro dos vagões.
Conflitos de personalidade e busca de identidade são retratados em “The Hall of Mirrors”, certamente a música mais introspectiva e enigmática do grupo. A clássica “Showroom Dummies” apresenta a ironia fina dos alemães. Ao serem criticados por sua postura estática no palco, se auto-denominaram “manequins de vitrine”.
O ritmo e melodia constantes refletem o ode à monotonia e à mesmice da sociedade. A letra retrata o caráter pouco sociável do grupo com o público, mas deixa transparecer que isso, para eles, é uma grande piada.
Em seguida, a faixa título “Trans-Europe Express” se apresenta como o primeiro grande pilar de influência na música mundial. A percussão destacada e contagiante, retratando com riqueza de detalhes o metal se chocando contra os trilhos, a frieza com que a letra é cantada, aliada à beleza da melodia principal, os sons industriais... Uma sinfonia eletrônica de uma orquestra de máquinas.
Como continuação natural, há “Metal on Metal”, uma lavagem cerebral de repetições de sons de metais se chocando, ilustrando o chacoalhar da viagem, que ditou os padrões para os primeiros loops criados por DJ’s. Uma linda seqüência melódica encerra a suíte junto com o coro maquinário do refrão, concluindo com perfeição o paradoxo do poético e industrial sempre presente do grupo.
Mas com certeza a faixa mais emocionante do disco é “Franz Schubert”, totalmente instrumental, que traz consigo um clima de nostalgia e melancolia, de um passado de alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. “Endless Endless” fecha a obra, e traz um coro robótico que sugere a eternidade. Por sua riqueza musical e conceitual, “T.E.E.” marcou o início do auge criativo do Kraftwerk. E a locomotiva nunca mais parou.
O disco traz composições menos experimentais e mais minimalistas, seqüências melódicas e percussões eletrônicas inovadoras, que solidificaram o grupo como influência direta de tudo o que veio depois.
A escolha do tema já é por si só surpreendente e instigante: retratar o estilo de vida europeu pela ótica alemã, usando como lente uma viagem pela antiquada rede ferroviária T.E.E., que ligava vários países do continente, e já estava praticamente extinta na época do lançamento do disco.
Não foi a primeira e nem seria a última vez que Ralf Hütter usaria o artifício de ir ao passado para apresentar o futuro. Talvez essa controvérsia retrofuturista seja o principal fator pelo qual o grupo se tornou atemporal e passou longe do estereótipo do “futurismo caipira” da época.
A viagem musical pelas ferrovias começa com a alegre e entusiasmada “Europe Endless”, que abre o disco com uma seqüência rítmica hipnótica, e letra que nos leva a um tour pelas grandes paisagens européias. A história do velho continente que podemos acompanhar de dentro dos vagões.
Conflitos de personalidade e busca de identidade são retratados em “The Hall of Mirrors”, certamente a música mais introspectiva e enigmática do grupo. A clássica “Showroom Dummies” apresenta a ironia fina dos alemães. Ao serem criticados por sua postura estática no palco, se auto-denominaram “manequins de vitrine”.
O ritmo e melodia constantes refletem o ode à monotonia e à mesmice da sociedade. A letra retrata o caráter pouco sociável do grupo com o público, mas deixa transparecer que isso, para eles, é uma grande piada.
Em seguida, a faixa título “Trans-Europe Express” se apresenta como o primeiro grande pilar de influência na música mundial. A percussão destacada e contagiante, retratando com riqueza de detalhes o metal se chocando contra os trilhos, a frieza com que a letra é cantada, aliada à beleza da melodia principal, os sons industriais... Uma sinfonia eletrônica de uma orquestra de máquinas.
Como continuação natural, há “Metal on Metal”, uma lavagem cerebral de repetições de sons de metais se chocando, ilustrando o chacoalhar da viagem, que ditou os padrões para os primeiros loops criados por DJ’s. Uma linda seqüência melódica encerra a suíte junto com o coro maquinário do refrão, concluindo com perfeição o paradoxo do poético e industrial sempre presente do grupo.
Mas com certeza a faixa mais emocionante do disco é “Franz Schubert”, totalmente instrumental, que traz consigo um clima de nostalgia e melancolia, de um passado de alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. “Endless Endless” fecha a obra, e traz um coro robótico que sugere a eternidade. Por sua riqueza musical e conceitual, “T.E.E.” marcou o início do auge criativo do Kraftwerk. E a locomotiva nunca mais parou.