segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Trans-Europe Express

Que “Autobahn” foi o ponto de partida, “The Man-Machine” criou a identidade e “Computer World” foi o mais profético, isso tudo todo mundo concorda. Mas a maior explosão de genialidade e pioneirismo do Kraftwerk está no álbum “Trans-Europe Express” (1977).

O disco traz composições menos experimentais e mais minimalistas, seqüências melódicas e percussões eletrônicas inovadoras, que solidificaram o grupo como influência direta de tudo o que veio depois.

A escolha do tema já é por si só surpreendente e instigante: retratar o estilo de vida europeu pela ótica alemã, usando como lente uma viagem pela antiquada rede ferroviária T.E.E., que ligava vários países do continente, e já estava praticamente extinta na época do lançamento do disco.

Não foi a primeira e nem seria a última vez que Ralf Hütter usaria o artifício de ir ao passado para apresentar o futuro. Talvez essa controvérsia retrofuturista seja o principal fator pelo qual o grupo se tornou atemporal e passou longe do estereótipo do “futurismo caipira” da época.

A viagem musical pelas ferrovias começa com a alegre e entusiasmada “Europe Endless”, que abre o disco com uma seqüência rítmica hipnótica, e letra que nos leva a um tour pelas grandes paisagens européias. A história do velho continente que podemos acompanhar de dentro dos vagões.

Conflitos de personalidade e busca de identidade são retratados em “The Hall of Mirrors”, certamente a música mais introspectiva e enigmática do grupo. A clássica “Showroom Dummies” apresenta a ironia fina dos alemães. Ao serem criticados por sua postura estática no palco, se auto-denominaram “manequins de vitrine”.

O ritmo e melodia constantes refletem o ode à monotonia e à mesmice da sociedade. A letra retrata o caráter pouco sociável do grupo com o público, mas deixa transparecer que isso, para eles, é uma grande piada.

Em seguida, a faixa título “Trans-Europe Express” se apresenta como o primeiro grande pilar de influência na música mundial. A percussão destacada e contagiante, retratando com riqueza de detalhes o metal se chocando contra os trilhos, a frieza com que a letra é cantada, aliada à beleza da melodia principal, os sons industriais... Uma sinfonia eletrônica de uma orquestra de máquinas.

Como continuação natural, há “Metal on Metal”, uma lavagem cerebral de repetições de sons de metais se chocando, ilustrando o chacoalhar da viagem, que ditou os padrões para os primeiros loops criados por DJ’s. Uma linda seqüência melódica encerra a suíte junto com o coro maquinário do refrão, concluindo com perfeição o paradoxo do poético e industrial sempre presente do grupo.

Mas com certeza a faixa mais emocionante do disco é “Franz Schubert”, totalmente instrumental, que traz consigo um clima de nostalgia e melancolia, de um passado de alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. “Endless Endless” fecha a obra, e traz um coro robótico que sugere a eternidade. Por sua riqueza musical e conceitual, “T.E.E.” marcou o início do auge criativo do Kraftwerk. E a locomotiva nunca mais parou.



domingo, 27 de setembro de 2009

Kraftwerk & Planet Rock


Em 1982 Afrika Bambaataa junto com o produtor Arthur Baker e grupo Soulsonic Force, criaram um single chamado Planet Rock, que foi responsável pela popularização do Hip-Hop durante a década de 1980.

Planet Rock contém elementos de duas músicas do kraftwerk que foram recriadas usando a lendária bateria eletrônica da Roland (TR 808) e sintetizadores Fairlight CMI.
A idéia de utilizar “pedaços” de músicas dos alemães, foi após Arthur Baker e Bambaataa, assistirem a uma apresentação da Banda em terras Americanas na “Computer World Tour” de 1981.

Baker e Bambaataa ficaram impressionados com a performance do quarteto no palco e resolveram utilizar Numbers como base (bateria e percussão) e Trans Europe Express como melodia.

Baker ficou encarregado de recriar as batidas de Numbers na TR-808, e chamou John Robie para programar e tocar a melodia de Trans Europe-Express no Fairlight CMI.
Quando Planet Rock foi lançada, causou um problema com kraftwerk, pelo fato do uso dessas duas músicas, que não agradou a Ralf Hütter. Após algumas conversas entre empresários e advogados, Planet Rock acabou sendo “liberada” oficialmente e tornando-se um clássico em Clubs da década de 1980.

Essa criação de Bambaataa e Baker, ajudou a impulsionar a cena eletrônica em Detroit, Além de tirar do “Guetto” o movimento Hip-hop e confirmar o kraftwerk como uma Banda extremamente influente no cenário Pop musical.


Planet Rock (1982)

Numbers (1981)


Trans - Europe Express (1977)

domingo, 20 de setembro de 2009

Novo visual

Em 2002, Kraftwerk anunciou que estavam preparando um novo álbum que seria lançado em breve. Mas antes de seu lançamento, resolveram fazer algumas apresentações entre 2002 e 2003. Essas apresentações trouxeram uma surpresa para o público do kraftwerk.

O grupo resolveu atualizar o seu visual no palco, substituindo os Hardwares, seqüênciadores, processadores de efeitos sonoros e todo aparato analógico, por softwares, instrumentos virtuais e Laptops.

Essa mudança não só favoreceu uma maior mobilidade para o grupo, tornando possível apresentações em outros países além da Europa. Como também ajudou a criar uma nova identidade visual para o grupo.

Ralf Hütter já tinha relatado o trabalho que era montar o estúdio Kling Klang no palco, que demorava mais de quatro horas para ficar pronto. E que agora com Laptops, esse tempo foi reduzido em dobro. Com essa “limpeza” kraftwerk ganhou uma apresentação visual bem forte e minimalista.

Fotos de Petter Boettcher

Mais informações: Peter Boettcher









domingo, 13 de setembro de 2009

Technopop


O Álbum Electric café teve o seu nome alterado no Box Set Catalogue para Technopop. Na verdade, esse é o nome original para este trabalho que seria lançando em 1983. Mas Ralf Hütter sofreu um acidente de bicicleta na Tour de France do mesmo ano.

E em decorrência desse acidente, o Álbum Technopop teve a sua data de lançamento adiada e todo o trabalho que já havia sido gravado, foi refeito.

Em Dezembro de 1986, o Álbum foi lançado com o nome de "Electric Café".

Technopop (2009) vem com uma música a mais chamada "House Phone", que foi lançada em 1987 no Single de "The Telephone Call". House Phone é um remix de Fraçois Kevorkian que só foi lançado em vinil.

O Álbum apresenta as seguintes faixas:

  1. Boing Boom Tschak
  2. Techno Pop
  3. Musique Non Stop
  4. The Telephone Call
  5. House Phone
  6. Sex Object
  7. Electric Café


House Phone

domingo, 6 de setembro de 2009

12345678 THE CATALOGUE


Depois de um certo atraso, Kraftwerk irá lançar em 2 de outubro de 2009, o tão esperado "The Catalogue". A redição resmasterizada digitalmente de 8 de seus principais discos que a banda já produziu desde 1970.

O "Catálogo" será nos seguintes formatos:
  • 8 CDs individuais incluído novas capas e contendo fotos inéditas restauradas digitalmente
  • CD Box Set contendo os 8 CDs com capas estilo "mini-vinil"
  • 8 LPs individuais com imagens restauradas em um novo layout
  • Downloads digitais

Os álbuns que estarão no catalogue serão nessa ordem:

  1. Autobahn - 1974
  2. Radio-aktvität/Radio-activity - 1975
  3. Trans Europa Express/Trans Europe Express - 1977
  4. Die Mensch Maschine/The Man Machine - 1978
  5. Computerwelt/Computerworld - 1981
  6. Techno Pop - 1986
  7. The Mix - 1991
  8. Tour de France 2003
Nesse relançamento ficaram de fora os EPs Tour de France de 1983 e Expo 2000 de 1999. Além dos 3 primeiros Albuns Kraftwerk 1 (1970), Kraftwerk 2 (1971) e Ralf and Florian (1973).

vídeo oficial aqui