sábado, 6 de julho de 2013
Japan, Tokyo, Akasaka Blitz - The Mix 15 5 2013
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COMPUTER LOVE
AUTOBAHN
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NUMBERS
COMPUTER WORLD
HOME COMPUTER
POCKET CALCULATOR
DENTAKU
SPACELAB
THE MODEL
NEON LIGHTS
METROPOLIS
THE MAN MACHINE
TOUR DE FRANCE 1983 + INTRO
TOUR DE FRANCE 2003
VITAMIN
PLANET OF VISIONS
BOING BOOM TSCHAK
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Japan, Tokyo, Akasaka Blitz - Radio Activity 09 5 2013
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sábado, 16 de março de 2013
domingo, 3 de março de 2013
Ele, Robô.
No fundo do baú, havia o funk. A batida era perfeita e ainda
soava atual, nem parecendo ter mais de 30 anos. Karl Bartos decidiu, então,
não
apenas rebatizá-la,
mas criar uma nova música em torno dela. Inventou uma melodia no
sintetizador, fez um arranjo de cordas e completou com sua própria
voz, transformada por um vocoder em algo robótico.
Assim, a base de “Numbers”,
música
do disco “Computer world”, lançado pelo Kraftwerk em 1981, e considerada uma
das pedras fundamentais no surgimento do hip-hop e do nosso baile funk, se
transformou em “Rhythmus”, uma das faixas de “Off the record”, o primeiro
trabalho de Bartos, pioneiro da eletrônica e dissidente do lendário
grupo alemão,
em dez anos. — Sei da importância dessa batida para o som funk do Rio e até
hoje fico admirado com essa conexão — conta Bartos, por telefone, falando de
Dusseldorf, onde mora. — Poderia tentar filosofar sobre como uma coisa levou à
outra, mas prefiro pensar no lado estritamente musical.
É
uma levada bem econômica, direta, que pode ser ouvida
repetidamente sem nos fazer enjoar. Talvez tenha sido esse o motivo da sua
versatilidade.
O curioso é
que, quando fui compor “Rhythmus”, pensei em fazer algo parecido com uma
bateria de escola de samba, jogando várias batidas em cima da original. Mas não
ficou tão
bom quanto eu imaginava, e acabei tentando manter tudo o mais minimalista possível.
Na verdade, os primeiros compassos de “Rhythmus” são
praticamente idênticos
aos de “Numbers”.
EM CARREIRA SOLO DESDE
1990
Em tom de reciclagem, “Off
the record”, que chega às lojas no próximo dia 15, reúne rascunhos que Bartos acumulou desde a
segunda metade dos anos 1970 até 1993 — melodias, batidas, riffs, pequenos
trechos vocais etc. —, inicialmente em fitas cassete e depois nos mais variados
formatos digitais, de DATs a CDs, passando por disquetes e arquivos no
computador. Boa parte desse material, que ele chama de “diários
musicais”, abrange o período em que ele fez parte do Kraftwerk, como
tecladista e percussionista, na fase áurea do grupo, de discos como “Radio-Activity”,
“Trans Europe Express”, “The Man Machine” e “Tour de France”. Ele saiu da banda
em 1990 e desde então segue carreira solo. Além
disso, colaborou com artistas como Johnny Marr e Bernard Sumner, investindo
também
em trabalhos audiovisuais, como os projetos Crosstalk e Live Cinema.
Em 2010, a gravadora
independente alemã Burea B sugeriu que Bartos lançasse
um álbum
com esse material, até então intocado por ele. Após
uma negativa inicial, Bartos decidiu fazer uma contraproposta, subvertendo o
clima de revival da proposta inicial.— No início,
achei a ideia sem sentido, afinal eram rascunhos pessoais, uma forma que encontrei
para avaliar minhas ideias e meu trabalho ao longo dos anos — conta ele, que se
apresentou no Brasil em 2008, como DJ/VJ. — Mas, aos poucos, entrando em
contato com esse material, fui desenvolvendo uma outra ideia: gravar músicas
novas criadas a partir dos rascunhos.
Isso acabou se revelando
um trabalho fascinante e até certo ponto perturbador, que me colocou em
contato com o jovem Karl Bartos que havia dentro de mim.
Foi muito estranho e ao
mesmo tempo revigorante, já que tenho 60 anos e não
os 20 e poucos que tinha quando fiz alguns desses rascunhos. Tive, então,
que combinar a impetuosidade e a ingenuidade daquela época
com a racionalidade e a precaução atuais.
Foi melhor que anos de análise.
O primeiro single do disco chegou na forma de “Atomium”, lançada
no começo
de fevereiro. Forma mesmo, já que a música foi inspirada pelo Átomo,
monumento criado em Bruxelas, em 1958, pelo engenheiro belga André
Waterkeyn, representando uma molécula de ferro. — Esse é
um marco para quem mora na Europa, simbolizando tanto a unificação
do continente, que viria depois, como também a tecnologia, a ficção
científica
e a energia nuclear. Tentei usálo como ponto de partida para o álbum,
pela minha paixão
pela tecnologia e também pela rejeição que temos agora à
energia nuclear após o acidente de Fukushima, no Japão
— conta Bartos, que tem formação clássica. — Além disso, quando olho o Átomo,
por algum motivo penso em Stravinsky e também no filme “Fahrenheit 451”, de Truffaut.
Não
por acaso, o primeiro show de “Off the record” vai ser em Bruxelas, no segundo semestre.
Na turnê
que faremos, cada música vai ter um pequeno filme correspondente,
dando sequência
ao meu projeto Live Cinema.
Em outra música,
“International Velvet”, Bartos homenageia a atriz e modelo americana Susan
Bottomly, que fazia parte da trupe de Andy Warhol, freqüentando
o estúdio
Factory e participando de alguns dos seus filmes. — Sempre fui fascinado por
Andy Warhol e pelo ambiente da Factory, com todas aquelas pessoas transitando ao
seu redor.
E Susan, além
desse incrível
apelido, era de uma beleza extraordinária. No fim, acabei embalando tudo em uma gélida
composição
européia
(risos), com uma melodia no mellotron, cordas e uma
bateria eletrônica
programada de forma bem simples.
Já
em “Without a trace of emotion”, Bartos brinca com a expressão
que os jornais britânicos e americanos usavam para descrever
inicialmente o Kraftwerk. A melodia, diz ele, foi criada na mesma noite em que
John Lennon foi assassinado, em dezembro de 1980. — Foi outro momento estranho
de rever esses rascunhos, já que essa melodia me transpôs
para aquela noite, quando vi na televisão a notícia da morte de Lennon.
A música
tem esse incrível
poder. Sobre a letra, ela faz referência à forma como éramos chamados, inicialmente como modelos de
vitrine e depois como robôs, sem emoção alguma. Foi bom me sentir uma máquina
novamente.
Tanto que me apresento assim
na capa do disco. Apesar de ter saído da banda por discordar dos rumos que o
Kraftwerk estava seguindo, Bartos garante que mantém
relação
com seus integrantes, inclusive com Ralf Hütter, o único remanescente da formação
original. — Somos todos amigos. Troco emails com Ralf e fiquei muito feliz com o
sucesso dos shows retrospectivos em 3D. No fim das contas, ficou provado que não
fazíamos
uma música
tão
sem emoção
assim.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
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