
Os computadores até aquele momento (fim da década de 1970 e início da década de 1980) eram visto como um objeto estranho em sem muita utilidade. Eram máquinas de uso restrito e usado apenas por quem trabalhava com um volume muito grande informação (cálculos), e muitos não enxergavam os computadores como uma ferramenta de entretenimento ou para alguma outra função. Mesmo com todo o crescimento envolta do universo da informática nessa década, os computadores ainda se encontravam muito distante do que se seriam nos anos seguintes.
Computer World traz o Kraftwerk imerso no universo eletrônico, e apresentando o grupo em um novo patamar que seria o seu alicerce nas décadas seguintes. Computer World apresenta o lado bom e ruim do mundo dos computadores, essa dualidade fica evidente na primeira faixa chamada “Computer World” resumindo os dois lados que os computadores podem prover.
O restante do disco são variações desse universo da informática aplicado a outras situações do cotidiano, como em “Pocket Calculator” que apresenta o lado divertido que a tecnologia pode proporcionar apenas apertando alguns botões para criar músicas.
Em “Numbers”, temos uma faixa minimalista baseada na contagem de números que vão de um a oito em diferentes línguas, como Russo, Inglês, Alemão, Japonês e Italiano. “Numbers” é uma faixa, que de certa forma complementa
“Pocket Calculator” em seu universo baseado em números.
“Computer World II” é uma reprise da primeira faixa que utiliza elementos de percussão e falas de “Numbres” porém com novas camadas de synths e outros timbres nos beats. A faixa termina com uma contagem infinita de números em diferentes línguas.
“Computer Love” é faixa que retorna a relação entre o homem e máquina, porém aqui o tema focado é a solidão. A solidão que as máquinas (computadores) podem proporcionar ao homem. Apesar do tema triste, “Computer Love”, é a faixa que possui clima alegre. Considerada pelos fãs do grupo como um Blues robótico.
“Home Computer” Mostra o caminho sem volta de qualquer pessoa quando se insere no universo da informática. “Home Computer”, retrata a mudança no uso dos computadores do ambiente corporativo/científico para o ambiente doméstico. Como a própria música afirma: “Eu programo o meu computador (pessoal)”, e me projetei no futuro “.
Computer World termina com “It´s more fun to computer” uma faixa que traz uma ironia com todo o tema abordado pelo grupo no Álbum, dando a entender que as máquinas podem se divertir com os seus usuários.
O legado deixado por esse disco na cena musical da década de 1980 foi um dos mais importantes. Computer world foi o disco que mostrou o caminho para várias novas bandas de emusic que estavam começando no início dessa década, como Depeche Mode, Human League, New Order, além de o disco ter uma influência muito forte na cena Techno Americana, principalmente na cidade de Detroit. Computer world ajudou a moldar o que seria o som Techno na década de 1980.
O disco também serviu como base (samples) para outros DJs, produtores de Dance Music e grupos de Hip-hop criarem as suas músicas a partir de pedaços de músicas do kraftwerk, as faixas Numbers, Home Computer e Its More Fun to compute, foram até então as mais sampleadas durante a década de 1980 por infinitos DJs e grupos de Hip-hop.
O rapper, produtor musical e agitador cultural Afrika Bambaataa, junto com o produtor Arthur Baker, usaram pedaços de algumas musicas do Kraftwerk para cria Planet rock, que foi o single que ajudou a tirar o Hip-hop do guetto além popularizar o Electro que até então estava começando.
Computer World não é um trabalho sobre uma visão pessimista do uso dos computadores na vida cotidiana, Computer World é uma confirmação do que seria realidade nas décadas seguintes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário